Neste dia 10 de maio de
2015 os filhos estão em festa, isto é, estamos em festa. É o dia das mães.
Muitas mães já receberam presentes, carinhos dos filhos, homenagem das escolas
e um bom almoço como brinde. Estão alegres. Merecem essa alegria.
Outras mães foram, ou
estão se preparando para ir, à prisão para visitar um filho que não soube
entender o seu carinho e valorizar os seus conselhos. São mães que choram a
infelicidade de ter um filho trilhando
os caminhos da moral por vias tortuosas,
por modos indecentes. Filhos que não aprenderam a respeitar a vida, não
aprenderam a sonhar bons sonhos ou não tiveram a oportunidade de aprender a ter
sonhos.
Alguns agem desse modo,
por escolhas conscientes e outros, por circunstâncias adversas não aprenderam a
amar, sentir-se amado, demonstrar amor, respeitar e sonhar. As mães, nesse caso, quase sempre estão carregadas de culpa, com autoestima
baixa e pouco esperançosas. A solução do problema depende, em parte, do filho e
ele nem sempre demonstra disposição para a superação.
Mesmo que não seja a prisão,
que o filho esteja em uma casa de recuperação o seu comportamento, por vezes,
traz pouca esperança para a mãe.
Mas outras mães estão a
caminho do hospital visitar o filho com câncer, com dengue, com pneumonia ou
outra doença. Sofrem a dor do filho, mas diferente das anteriores, não carregam
culpa e alimentam esperança na capacidade da ciência em resolver o problema. O fato de estarem sem
culpa é uma dor a menos para sofrer.
Diante dessas
constatações resolvi pensar no significado de ser mãe. Sei que muito já se
escreveu sobre mãe enaltecendo as suas qualidades e que fica difícil escrever
algo novo agora, mas penso que o fato de conceber, nutrir e dar à luz um novo
ser já justificariam as homenagens que recebem.
Quando se pensa, porém,
nas noites mal dormidas cuidando do pequeno que chora, sofrendo com as suas dores e, depois, “cuidando” os
seus passos pela estrada da vida quando começam as aventuras, sabe-se que que
as homenagens são ínfimas, mas que para
elas, que tudo fizeram sem pensar em recompensas verbais ou festivas, são
extremamente importantes.
As festas com as quais
sonharam são as de formatura, casamento, premiação, etc. dos filhos. As homenagens que sonharam receber
são as homenagens que os filhos recebem (ou receberiam ou receberão) ao longo
da vida pelos seus feitos nobres, pelo sucesso nos estudos e trabalho e pelo
exemplo vida.
Por tudo isso registro
aqui a minha homenagens singela essa
grande mulher. Muitas são minhas alunas, ex-alunas ou colegas e trabalho. A
elas o meu respeito e admiração.
Prof. Antonio Sales
Campo Grande, 10 de
maio de 2015.