“Ê preciso se anular para contar com Deus. É preciso que o eu
seja anulado, que deixemos de lutar por nós mesmos, para que Deus aja em nosso
favor.” Esse discurso hipócrita é a nota
tônica de alguns sermões que ouço.
Ele é o ponto central de vários pagadores evangélicos.
Suponho que dizem isso com base em um Salmo
onde se diz: “Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado
entre as nações; serei exaltado sobre a terra” (Sl 46:10). Ou quem sabe tomem por base alguma
experiência ou passagem particular da Bíblia. Na realidade não sei de onde
tiram essa ideia. Uma leitura cuidadosa da Bíblia nos revela o contrário.
Na Bíblia vemos o tempo todo Deus valorizando os que agem, os
que atuam. Deus chamou um Paulo ousado para segui-Lo, um Davi guerreiro para
salvar Israel dos filisteus e depois liderar
o povo e valorizou a capacidade intelectual de Daniel. Moisés era manso,
mas não nulo. Isto é, era paciente para o com povo, mas não se anulou. A Bíblia
louva os 400 valentes de Davi (2 Sm 23),
e não há valente nulo
Por que toda essa retórica da autoanulação que temos hoje?
Tenho uma hipótese, mas meu filho me apresentou outra. Fico
com as duas. Elas não são mutuamente exclusivas. Podem conviver lado a lado e
até se sobreporem.
Minha hipótese é que o pregador se apoia na anulação para não preparar o sermão. É cômodo falar qualquer coisa, fazer uma miscelânea, preencher o tempo com nada e os ouvidos do povo com mediocridades e ainda sugerir que Deus fez por ele. É cômodo gastar tempo na internet ou na TV (apesar de hipocritamente muitos os condenarem) e não ler, não pensar no significado do que vai falar, na mensagem que vai transmitir. É por isso que ouvimos sermões medíocres. O triste é que são feitos em nome de Deus.
Deus deve ficar com vergonha do que se fala em Seu nome nas igrejas.
Minha hipótese é que o pregador se apoia na anulação para não preparar o sermão. É cômodo falar qualquer coisa, fazer uma miscelânea, preencher o tempo com nada e os ouvidos do povo com mediocridades e ainda sugerir que Deus fez por ele. É cômodo gastar tempo na internet ou na TV (apesar de hipocritamente muitos os condenarem) e não ler, não pensar no significado do que vai falar, na mensagem que vai transmitir. É por isso que ouvimos sermões medíocres. O triste é que são feitos em nome de Deus.
Deus deve ficar com vergonha do que se fala em Seu nome nas igrejas.
O “músico” que não quer estudar teoria musical e discutir filosofia de
música, se apoia nesta teoria da anulação para justificar a sua mediocridade e
seu discurso ultrapassado.
Sabe-se que a salvação é de graça, mas o alimento diário não.
A educação (escola) é de graça, mas o aprendizado não. O perdão nos é
fornecidos de graça, mas a mudança do caráter não. Mudança de caráter,
conhecimento, alimento, qualidade de vida e de sermão, são frutos de esforço,
de reflexão, de discussão com outros, de muito trabalho. São frutos da não
autoanulação.
Devemos subjugar a vaidade, não o esforço para melhorar.
Devemos anular a hipocrisia, não o esforço
para viver dignamente. Devemos anular a concupiscência, não o esforço
para ser honesto e viver conforme as regras da moral. Devemos anular a nulidade, não o estudo e o
esforço.
Hipótese do meu filho:
Como ninguém sabe o que se está falando, ou tem coragem de
ousar, todos ficam copiando um do outro. Ele contou-me já ter visto isso
acontecer. Ouve um sermão onde algumas asneiras são ditas e poucos dias depois,
alguém que estava presente prega um sermão repetindo o mesmo pensamento e até
as mesmas palavras.
Como disse há pouco, fico com as duas hipóteses. Fico triste,
mas fico com ambas.
É tão ilógico o que ouço nos sermões que concordo com uma
amiga paranaense quando ela disse que naquele dia tinha ouvido um sermão para
lobos sendo pregado em um aprisco de ovelhas.
Diante da minha expressão interrogativa ela explicou: estávamos na
igreja como gente humilde, sincera, em busca de uma palavra de conforto e o
pregador nos atacou como se fôssemos uma matilha de lobos selvagens.
Sonho com pregadores mais competentes e menos hipócritas. Que
condenem somente aquilo que não praticam e que não vivam buscando desculpas
para não fazer melhor.
Nova Andradina, 20 de maio de 2012.
Antonio Sales
profesales@hotmail.com
O judaísmo parece mais elevado do que a cultura de rebanho proposto pelo cristianismo.
ResponderExcluirEstou aqui para lhe falar a imensa saudades que tenho de sua pessoa, e das nossas conversas. Abraços para você, Cibele e o rapaz. Desejo ter o contato deles.
meu e-mail é: cesarneveshst@gmail.com
Vc é mui preciso..
cesar augusto do tocantins
ë César, o cristianismo atual está empobrecido.
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