Vou definir aqui o meu credo no amor. Por isso prefiro dizer: creio nos amores. Creio que existem diversos tipos e diversos níveis de amor. Não sei se a palavra tipo fica bem. Ainda não constitui uma teoria sólida que permita fazer uma definição correta; está em construção. O que parece estar solidificada é a crença nos variados níveis e tipos de amor.
Níveis têm a ver com a experiência (maturidade emocional) e envolvimento da pessoa e tipos dizem respeito à especificação.
Primeiramente creio que existe o amor universal. Alguns o chamam de amor ágape. Não entendo o significado dessa palavra e por isso prefiro falar de amor universal. Universal é um palavra conhecida.
Amor universal é aquele que não espera retribuição. Fundamenta-se em alguns princípios tais como:
a) Respeito incondicional ao outro;
b) Superioridade emocional de que quem o manifesta. Ele não se deixa abater pela não-resposta do outro. Esse é ao amor que, como cristãos, atribuímos a Deus e creio que também se faz presente em muitas mães. Essas mulheres amam os filhos, drogados por exemplo, ainda que os veja se autodestruindo e destruindo a família.
Jesus disse: “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a sua vida pelos seus amigos”(Jo 15:13). Esses amigos de Jesus não corresponderam ao que era esperado deles, mas ainda assim foram amados por Ele.
Em segundo lugar creio que haja o amor que espera reciprocidade (não é amizade). Ele pode nascer, crescer e morrer.. Precisa ser aprendido e cultivado. Esse amor se manifesta no casamento, por exemplo.
Para ilustrar melhor a minha fala vou comparar o casamento a uma parceria esportiva.
Numa parceria esportiva o meu parceiro de time pode até errar, pode fazer um péssimo jogo em determinado dia, mas não pode ser péssimo jogador todos os dias. Se isso acontecer o meu respeito (fundamento do amor) por ele caba e ocorre o rompimento da parceria. Ele pode até, eventualmente, marcar um gol contra, mas não pode torcer pela vitória do adversário. Ele não pode, propositadamente, me atrapalhar.
Se o leitor me permitir usar uma expressão popular eu diria: ele não pode ser “sacana”.
É assim que acontece no casamento. O amor conugal se funadmenta no respeito e na cooperação. Tem por base a tolerância, o apoio e a correção, quando se fizer necessário.
Não se alimenta esse amor com traição, com culpabilização do outro, com chantagens emocionais, com exigências, com ciúmes, com falta de diálogo, com humilhação, com falta de valorização e sem manifestação de apoio.
O amor conjugal se alimenta da reciprocidade, da seriedade ( não sisudez), do companheirismo, da cumplicidade ética, da proximidade nas crenças e concepções. Da proximidade ( não igualdade) nos hábitos e preferências.
O amor conjugal é algo mais próximo da amizade (porque ambos se alimentam da reciprocidade) do que do amor universal, que não exige reciprocidade.
A diferença entre o amor conjugal e a amizade está no nível de afetação. Um amigo pode se afastar de mim quando quiser causando pouco ou, talvez, nenhum desgate duradouro na minha vida. O cônjuge quando se afasta provoca rompimento fortemente dolorido em múltiplos aspectos: emocional , financeiro, social, etc.. Dito em outra palavras: do amigo espero pouca reciprocidade e do cônjuge, muita.
Talvez até pudéssemos dizer que amor conjugal é uma amizade mais intensa do que a de um amigo.
Creio que haja outros tipos de amor, mas não estou maduro intelectualmente para discorrer sobre eles. Paro por aqui e espero a contribnuição do leitor.
Nova Andradina, 15 de abril de 2012.
Antonio Sales profesales@hotmail.com
Só sei que nada sei de amores, temo ter falhado em todos os tipos de amar, porisso creio "hoje" que é melhor se amar, do que amar.
ResponderExcluirRealmente amar-se é fundamental e nos coloca naquele nível de superioridade emocional de que foi dito no início. Respeitar-se e valorizar-se, estar de bem consigo mesmo, são condições necessárias para que respeitemos os outros. Sem respeito não há amor.
ResponderExcluirAntes de amar é preciso amar-se.