Lemos no Evangelho
Segundo Lucas (Lc 2:52) que “crescia Jesus em
sabedoria, e em estatura, e em graça para com Deus e os homens”. O significado
de graça nesse texto sempre me importunou. O que é crescer em graça? Hoje sei
que graça é uma palavra polissêmica. Em cada contexto tem significado
diferente.
Em um ambiente de humor
ela é usada para designar se a pessoa faz ou não os outros sorrirem.
Em um contexto de
bate-papo informal uma pessoa sem graça é aquela que não participa da conversa,
que não tem contribuição ou que se mantém “distante”.
Uma vida sem graça é
uma vida monótona, rotineira, sem perspectivas de melhoras, sem um
direcionamento explícito, sem desafios proporcionais à capacidade do sujeito.
Em um relacionamento de
amizade sem graça é o sujeito chantagista, o que se indispõe com facilidade, o
que quer escolher ou controlar as amizades do outro ou o que quer sempre ter
preferência na escolha dos locais a serem frequentados.
No relacionamento conjugal o cônjuge sem graça
é aquele que não vibra com sucesso do
outro, não acha engraçado nada do que outro fala, nunca curte a família do
outro, o que quer escolher ou controlar as amizades do outro, o que quer sempre
ter a preferência na escolha dos locais a serem frequentados e, entre outras
coisas, não participa de conversas entre amigos do outro. Há o outro lado
também, o lado daquele que torna o relacionamento sem graça porque sempre culpabiliza,
humilha, não coopera ou que nunca se faz presente.
Um relacionamento pleno
de graça é marcado pelo diálogo, planejamento em conjunto, respeito mútuo,
cooperação e tolerância.
Um relacionamento que
perde a graça tende a se tornar irrecuperável porque as partes perdem a
capacidade de dialogar.
Sem graça, portanto, é
o sujeito que não sabe relevar pequenos deslizes, que fica à espreita de erros
no outro, que se sente abatido porque as circunstâncias não lhe foram favoráveis.
Era a essa a graça que
eu esperava encontrar nos livros, na religião, na família e não encontrei. Não
encontrei porque, suponho agora, não estava preparado para encontra-la, não
estava disposto a vivê-la, não abri os olhos para ver.
Hoje, mais maduro,
encontro essa graça com mais facilidade. Encontrei-a lendo “Os Caminhos de Mandela”,
“ Eu Sou Malala”, “ O Mestre dos Mestres”, “ Para Que Serve Deus?”, “Decepcionado
com Deus”, “Culpa e Graça”, “ELA em Minha Vida: o difícil caminho do calvário”, “A
Missão da Mulher” e “ Vida Positiva em Um Mundo Negativo”, entre outros.
Quando abri os olhos, a graça
começou a se mostrar. O último livro citado foi o primeiro a me despertar para
a graça no nível dos relacionamentos humanos.
No plano espiritual a graça denota gratuidade,
disposição divina para aceitar qualquer pessoa que busca a salvação. É nesse
sentido que o Natal tem relação com a graça porque ele fala de um amor maior e
de uma disposição para buscar o perdido. Traz uma mensagem de aceitação e,
supostamente, coloca todos os homens no mesmo patamar diante de Deus. O Natal
nos diz que somos valiosos, que somos irmãos e que devemos promover a
cooperação.
Por tudo isso o Natal é
uma mensagem de graça.
Que todos tenham um
Feliz Natal e um Ano Novo cheio de graça.
Antonio Sales
Campo Grande, 19 de dezembro
de 2013.
Ola Sales, muito obrigada pela paciência em explicar todos os sentidos da palavra "graça", Um forte abraço.
ResponderExcluirUm forte abraço e que o ano novo nos traga muita graça.
ResponderExcluirAssim seja.
ExcluirMuito bom Sales. Amo essa conversa que fazes com o leitor. Consigo me identificar em teus textos... Quanto a GRAÇA, podemos pensar na divina que é a própria vida, o respirar, o viver e Cristo é a verdadeira graça de Deus. Feliz Natal, tudo de bom em 2014 pra ti e toda tua família. Abraço!
ResponderExcluirFeliz Ano Novo, Mariza
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