O
apóstolo Paulo, preocupado, com o desenvolvimento daqueles a quem pregou o Evangelho escreveu muitos conselhos sobre
como conduzir-se na vida cristã. Um desses conselhos foi dirigido à comunidade
dos hebreus (Hb12:1). Ele apela para que procurassem se desembaraçar "do
pecado que se nos apega”, segundo uma versão bíblica, ou “que tenazmente nos
assedia", “pecado que tão de perto nos rodeia” ou, ainda, “pecado que se
agarra firmemente em nós”, segundo outras versões.
O que é
desembaraçar do peso do pecado ou livrar-se do pecado que nos assedia?
Poderíamos
trabalhar aqui com duas concepções de pecado.
Em primeiro lugar podemos pensar no pecado como um ato praticado intencionalmente. Um erro que se sabia de antemão que traria desconforto aos outros ou prejuízos às instituições.
Em primeiro lugar podemos pensar no pecado como um ato praticado intencionalmente. Um erro que se sabia de antemão que traria desconforto aos outros ou prejuízos às instituições.
O
desinteresse pela justiça, a falta de preocupação com a equidade, o
corporativismo exacerbado, a falta de ética no trabalho e a ausência de
compromisso com o bem comum, são exemplos de falha na constituição do caráter,
portanto, pecado, na concepção cristã. Esse pecado realmente nos rodeia de perto
porque habita em nós.
É o
pecado da maldade que o cristão deveria abandonar tão logo Cristo começasse
produzir efeito em sua via, tão logo a religião começasse produzir a sua influência.
Deixar de ser fofoqueiro, por exemplo, é deixar de ser mau caráter. Abandonar as trapaças e tornar-se cidadão é corrigir a rota da vida, é desembaraçar-se do pecado. Do mesmo modo, deixar de lado a bajulação como modo de vida, abandonar o uso indevido de drogas, fugir da pratica da chantagem, aprender a agir com honestidade e disposição para cooperação é desembaraçar-se do pecado como falha do caráter.
Deixar de ser fofoqueiro, por exemplo, é deixar de ser mau caráter. Abandonar as trapaças e tornar-se cidadão é corrigir a rota da vida, é desembaraçar-se do pecado. Do mesmo modo, deixar de lado a bajulação como modo de vida, abandonar o uso indevido de drogas, fugir da pratica da chantagem, aprender a agir com honestidade e disposição para cooperação é desembaraçar-se do pecado como falha do caráter.
Ha uma
segunda concepção de pecado: a condição humana. Os percalços da vida que nos
irrita e produz estresse. As situações de trabalho ou relacionais que trazem
desgaste e produzem conflitos internos e externos. As diversas vezes que nos
indispomos com alguém porque nossos interesses, embora nobres, são
conflitantes; porque nosso entendimento da situação aponta para o sentido
oposto ao do outro.
Quando defendemos uma ideia com a melhor das intenções, mas ela não interessa ao outros se instala um conflito provocado por nós (ou pelo outro) sem intenção de prejudicar ou de ferir. É o pecado como condição de vida, decorrente das nossas condições de existência.
Quando defendemos uma ideia com a melhor das intenções, mas ela não interessa ao outros se instala um conflito provocado por nós (ou pelo outro) sem intenção de prejudicar ou de ferir. É o pecado como condição de vida, decorrente das nossas condições de existência.
Nossa
experiência de vida nos conduz para entendimentos particulares muitas vezes e, outras vezes, nos induz a julgamentos incorretos,
nos incapacita para tomar decisões menos drásticas. Em alguns momentos ela nos
predispõe à intolerância bem como a certos comportamentos e a irritações
desnecessárias.
Nesses
casos, desembaraçar-se do pecado é aceitar o perdão, se livrar do peso da
culpa, aliviar a consciência culpada e avançar para o crescimento como pessoa e
como profissional. Esses são os pecados ou as oportunidades que põem em prova a
nossa formação ética e profissional, nossa capacidade de decidir. Eles nos
provam, nos desafiam.
O
apóstolo Paulo, ao apontar para o crescimento do cristão, tem em mente a
necessidade de desvencilhar-se dos defeitos de caráter e também do sentimento
de culpa decorrente de erros, não intencionais, cometidos.
Penso que
é a esse processo de cura da
"alma" ferida e de correção do caráter que ele chama de
desembaraço "do pecado que tenazmente nos assedia".
Antonio Sales profesales@hotmail.com
Dourados,
30 de novembro de 2013.
Vejo tais pecados por outro ângulo. Nascemos com eles, são hereditários, são heranças que nossos primeiros pais nos passou. E assim sendo na maioria das vezes os esforços para desarraigá-los são fracassados. É triste assim dizer mas é verdade.
ResponderExcluirSe você se refere aos pecados como atos intencionalmente praticados gostaria de deixar com você as seguintes questões:
ResponderExcluirIsso significa que não temos controle sobre nosso caráter? Sendo assim, então não somos responsáveis pelos nossos atos? Somo predestinados para pecar?
Se você se refere ao contexto perverso a que somos submetidos, então, devo concordar que nem sempre temos controle sobre ele, embora por vezes a dificuldade seja provocada por nós, pelo nosso modo de ser.
Se somos herdeiros do pecado, porque não predestinado, se existe perdão e desculpas, é porque não somos 100 por % responsáveis, existe uma certa porcentagem fora do nosso controle.
ResponderExcluirPenso que responsáveis seremos sempre. Culpados, nem sempre. O perdão e a desculpa, no meu entender, não nos isentam de responsabilidade, apenas dizem que o perdoador admitiu que não temos culpa, isto é, não tivemos má intenção.
ResponderExcluirPenso assim.
Segundo as Escrituras Deus compromissou Adão e Eva por todas as mazelas existentes, porque sentirmos avalistas de tais? Herdeiros sim, responsáveis não. Devemos lutarmos para não cometermos "culpas", podemos evitar de muitas. Entendo assim.
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