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sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

E SE EU ESTIVESSE LÁ?

“Não conheço este homem”, disse Pedro (Mt 26:72 ). O Jesus que me apresentaram era diferente. Ele diria para as crianças serem boazinhas e obedecerem sempre o papai e a mamãe. Agora vejo-O dizendo para a Sua mãe: “mulher, que tenho eu contigo?”(Jo  2:4 ).
Aprendi que Jesus sempre aponta o caminho a seguir, tem sempre uma  resposta à minha oração pedindo que oriente  sobre o que fazer em momentos difíceis. O que ouço, muitas vezes, é o silêncio e lendo os evangelhos encontro mais perguntas do que respostas. Por que Ele não tirou o Seu amigo Pedro da situação vexatória de negá-Lo se Ele podia fazer estremecer o local, assustar a todos e salvar a Pedro? Se Ele pôde fazer os guardas caírem na entrada do Getsêmani, porque permitiu, logo depois, que O prendessem? (Jo 18:6). Por que Ele se frustrou com o zelo dos fariseus, se eles estavam sendo zelosos por Deus e pela religião? Por que Ele condenava o adultério e permitia que mulheres adúlteras O servissem? Por que condenava a exploração do homem pelo próprio homem e aceitava publicanos entre os seus discípulos? Por que Ele instituiu a família no Éden e depois vem estimular as pessoas a deixarem a família por sua causa prometendo-lhe recompensa no reino dos céus? (Mt  19:29)
Se eu estivesse lá, e parasse para pensar, com certeza não entenderia nada. Não entenderia nem mesmo porque Maria, na fase final da gravidez teve que fazer  a penosa a viagem até Belém, no lombo de um jumento, se bastaria José ter comparecido? Naquele tempo um homem representava plenamente a sua família. Como Yancey (2004), eu pergunto: “será que José não arrastou a esposa grávida até Belém para livrá-la da ignomínia de dar à luz em sua própria cidadezinha?”
Lá todos a conheciam, sabiam da sua gravidez sem a participação do marido. Lá ela era uma adúltera e o filho, um bastardo. A história da sua gravidez a partir de um anjo, não se parece com a estória da gravidez por boto, lá no Amazonas?
E se eu estivesse lá, o que mudaria? Faria coro com os outros, olhando enviesado para ela? Na escola não praticaria o bulling com Jesus chamndo-O de filho de  pai imaginário? Um bulling altamente destrutivo da autoestima do outro.
Se eu estivesse lá, como teria reagido ao ver José passar na rua e lembrar que sua esposa estava grávida de outro? De que apelido o chamaria? Teria levado fraldas para Jesus quando ele nasceu na manjedoura, sabendo que era filho sem pai definido?
Como teria reagido vendo Jesus chorar na tumba de Lázaro, se sempre o vejo sério, confiante e aprendi que sempre sabe o que faz?
Se eu estivesse lá, com a cabeça e as oportunidades que tenho hoje, o que mudaria?
Vale a pena pensar.
Nova Andradina, 10 de dezembro de 2012.
Antonio Sales   profesales@hotmail.com
Referência
YANCEY, Philip. O Jesus que nunca conheci. São Paulo: Vida, 2004.

5 comentários:

  1. Muitas vezes me pego imaginando como seria estar lá.Ver e assistir Jesus pregando,curando,enfim libertando tanta gente das opressões.sua matéria me fez pensar ,qual teria sido minha atitude aos acontecimentos aqui mencionados.Qual seria minha participação?Será que eu seria só espectadora? Abraço.Déo

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  2. Pior do que ser um expectador, Deo, é ser um empecilho. Muitas vezes pela nossa carga de preconceitos nos tornamos empecilhos no caminho dos outros.
    abraços

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  3. Fazendo a leitura, várias outras perguntas passaram por minha cabeça, e algumas respostas também. Em momento algum Cristo estava preocupado com que as pessoas iriam falar. Ele simplismente fazia, oportunizando a todos.Acho que se estivéssemos lá, sem termos passado por tudo o que já presenciamos, vivemos, sentimos, evoluimos, com certeza não teríamos respostas para as perguntas.Hoje já é possível ter um entendimento, uma aceitação das ações do Mestre. Penso como tu guri, muitas vezes pela nossa carga de preconceitos nos tornamos empecilhos no caminho dos outros, e digo mais, não vivendo e não oportunizando o outro a viver. Abraços.

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  4. Estar em sintonia é bom. Beijos

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