Translate

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

JUDÁ E TAMAR: A VINGANÇA DOS OPRIMIDOS


Continuando nossas reflexões com base na experiência de Judá e Tamar,  relatada em Gên. 38, hoje falaremos sobre a vingança dos oprimidos.
 Os oprimidos sempre recorreram e recorrerão a subterfúgios, os mais estapafúrdios, humilhantes às vezes, para sobreviver - uma forma de se vingar dos opressores. Bajulação, prostituição (com as DSTs), subserviência e fraudes, são expedientes utilizados em prol da sobrevivência. Os brasileiros sonegam os impostos porque se sentem massacrados pelos administradores (é a sua vingança), vendem o voto pelo mesmo motivo. Os filhos quando severamente criados, mentem, fogem, roubam dos próprios pais, odeiam-nos. As mulheres (no passado não muito distante) sempre recorreram a expedientes os mais estapafúrdios porque sempre foram inferiorizadas, massacradas, injustiçadas, tidas por incapazes de administrar. Chegou-se criar um anedotário específico a respeito das mulheres, sempre enfatizando a sua sagacidade em ludibriar os homens; e esse anedotário apesar de exagerado não é totalmente falso ou fantasioso, elas realmente se especializaram nisso. Era sua condição de sobrevivência.
Tamar recorreu à prostituição para receber a herança que tinha por direito. Sabemos que o casamento, o estar sob o domínio de um homem, ter filhos era a única herança das mulheres, na época, e isso lhe havia sido negado, pela morte de um, pela maldade do outro e pela indiferença do terceiro (o sogro).
Ludibriou o sogro como forma de receber a herança. Imaginem só, alguém ter que recorrer a procedimentos menos dignos para sobreviver.
Parece coisa de outro mundo, onde os homens são bárbaros e as mulheres coniventes com a situação. Um mundo de homens vaidosos e mulheres acomodadas. De homens dispostos a pagar para serem amados e mulheres dispostas a vender o seu carinho. De homens dispostos a dominar pela força, pela prepotência, e de mulheres dispostas a dominar pelo subterfúgio. De homens dispostos a explorar o corpo das mulheres e mulheres dispostas a explorar a vaidade dos homens.
É difícil acreditar que vivemos nesse mundo; mundo onde ser honesto é ser candidato a passar fome, é ser cafona. Mundo onde se tem que omitir verdades para sobreviver.
Não é sem razão que muitos se tornam paranóicos; é a fuga, é a negação da sua condição de cidadão dessa sociedade. Às vezes penso que muitos loucos se tornam o que são como um recurso para não enlouquecerem.
Oh! como eu desejaria viver noutro lugar. Lugar de respeito, de verdade, de justiça, onde a ética e a moral reinassem soberanas. Onde se pudesse viver num clima de confiança e tranquilidade, onde se pudesse olhar nos olhos do próximo sem que ele tivesse que sentir-se vexado por isso. Onde se pudesse falar e ser acreditado; ser espontâneo sem medo de retaliações. Onde cada um pudesse cumprir os seus deveres sem ter que preocupar-se com os seus direitos.
 Oh!, que venha logo esse mundo, que se inicie logo essa nova era, essa nova sociedade.
Este era também o desejo do profeta que suspirou: " Vem, Senhor Jesus"[1].
Nova Andradina, 14 de fevereiro de 2012.
Antonio Sales   profesales@hotmail.com


[1] Apoc. 22.20

Nenhum comentário:

Postar um comentário