Os quatro mundos
Antonio Sales profesales@hotmail.com
Quando lemos I Jo 2:15-17 e encontramos o apóstolo nos recomendando que não amemos o mundo e nem as coisas que no mundo há. Havia sem dúvida, boas razões para essa recomendação. O problema é que nem sempre entendemos significado do nos é dito, qual a concepção de mundo do apóstolo e como estava o mundo nos seus dias.
Também parece normal partirmos do pressuposto de que o mundo já foi melhor em todos os aspectos. Em decorrência desse pressuposto tomamos uma posição apressada e, por vezes, inconseqüente a respeito da nossa relação com o mundo. Entendo que é em conseqüência desse modo apressado de falar que freqüentemente dizemos que o mundo está cada vez pior, que ele é imprestável, etc.
Nesta série pretendo analisar quatro concepções de mundo e me posicionar, com base em minhas reflexões e observações.
Como meus argumentos nem sempre são convencionais é possível que venham surpreender alguns dos nossos queridos. Nem todos, evidentemente, serão tomados de surpresa, pois, imagino que já estejam pensando dessa forma dessa forma.
Vou começar a falar do mundo e para isso pretendo analisar quatro concepções de mundo, sendo elas:
1. O planeta Terra com tudo que há nele, porém, com ênfase nos aspectos físicos, no meio ambiente, nas relações ecológicas.
2. A pessoas com seus conjuntos de valores, as suas relações, suas leis, etc. A sociedade humana. Tomarei por base a que conheço que é a sociedade brasileira.
3. As pessoas que não professam a nossa fé. Chamamo-las de pessoas do mundo e por essa razão vamos analisar o significado do que dizemos.
4. O mundo de que fala o apóstolo João. O mundo das más ações e dos maus pensamentos. O mundo do caráter daqueles que se opõem a Deus.
Quando penso em mundo na primeira concepção, a Terra como um todo, não posso negar que estamos em um período crítico. O efeito estufa está trazendo preocupação, a poluição da água e do ar é uma realidade. Os desmatamentos, com suas mazelas ambientais, estão aí bem postos.
Temos que lembrar apenas que isso não foi produzido no nosso tempo. Nós estamos colhendo os frutos mas não somos, necessariamente, os criadores do problema.
As caçadas esportivas vêm de longa data, era o passatempo de muitos reis e seus fidalgos. Muitos faziam da caça à raposa uma terapia para o tédio do palácio. Quando se cansavam das bajulações iam para as florestas caçar raposas porque, pelo menos, elas se atreviam não vir lamber-lhes, servilmente, as mãos. Pagavam caro por isso mas eram livres. Elas amavam a liberdade ao ponto de dar a vida por ela.
A destruição das matas, a poluição dos rios e do ar foram intensificadas com a revolução industrial do século XIX. A queima de árvores para produção de carvão que iria alimentar a indústria começou nessa época, há quase 200 anos. Na mesma época a fumaça das chaminés e os restos industriais começaram a ser lançados no ar e nos rios.
A aglomeração em cidades e os esgotos que imundam os córregos não são de hoje. Os lixões também não são de agora. Mas estão aí. Não podemos negar que temos um problema em mãos, e muito grave.
Nesse aspecto, não tenho dúvidas: o mundo já foi melhor.
Em conseqüência disso parece que o mundo está se tornando economicamente inviável. Não conseguimos produzir bens de consumo sem destruir e não conseguimos consumir sem sujar.
Mas, e a sociedade, está melhor ou pior? Veremos no próximo número.
Julho de 2008
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